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O Começo Daquela Noite

  A chuva caiu por todos os cantos da comunidade, batendo nos telhados e escorrendo pelas paredes até atingir o ch?o. Algumas pessoas passavam rapidamente com guarda-chuvas, mas as ruas estavam quase desertas, sem muita movimenta??o. No entanto, algo acontecia nas proximidades naquela noite t?o fria.

  Um homem alto corria pelos becos com uma mulher nos bra?os, que parecia estar sangrando bastante. "Agh, Samantha? Acorda, por favor, fique acordada!" Ele continuou correndo até entrar em um beco sem saída. Antes que pudesse voltar, uma silhueta apareceu na entrada do beco. O homem, com a mulher nos bra?os, deu passos para trás. "Por que toda essa persegui??o? O QUE VOCêS QUEREM?!". A figura se aproximava cada vez mais, iluminada pela luz do luar...

  Três horas antes...

  "Droga! N?o temos muito tempo!" – dizia um homem de olhos e cabelos castanhos, com um tom preocupado. Uma mulher de cabelos longos e negros entrou no quarto, vasculhando rapidamente uma maleta, e respondeu: "Eu sei, Victor, mas n?o se preocupe. Nós já deixamos tudo pronto para a nossa viagem. Só precisamos sair daqui o mais rápido possível. Se logotipo arrume."

  Victor: "N?o é apenas essa situa??o que me preocupa."

  Ele rapidamente come?ou a se arrumar, colocando um sobretudo marrom sobre um terno e um gravata verde opaca. A guarda-roupa estava cheia de joias e mobílias que eram muito valiosas, quase como relíquias. Ele pegou algumas dessas joias e as guardou no bolso.

  Victor: "Samantha, você já deu os colares e o livro para o Roger?"

  Samantha: "Sim, n?o se preocupe, ele já recebeu tudo."

  Victor estava com as m?os trêmulas, n?o por causa do frio da noite, mas pelo medo e pelo pavor de algo desconhecido. A situa??o n?o era muito diferente para Samantha, que notou as m?os trêmulas do marido.

  Samantha suspirou calmamente e foi até ele, juntando sua m?o à dele e entrela?ando seus dedos enquanto dizia: "Eu sei, essa situa??o toda é muito assustadora." Victor respondeu, aproximando seu rosto do dela: "n?o é isso, me assusta saber que tem a possibilidade de nunca mais ver os nossos filhos. é até engra?ado, n?o é? Já passei por muitos perigos que quase me custaram a vida, mas nada jamais me assustou desse jeito."

  Samantha: "Eu entendo, a vida muda completamente quando se tem filhos, n?o é?"

  Ela aproximou seus lábios dos dele, capturando sua boca em um beijo sutil. Victor correspondeu, abra?ando-a para mais perto. Ambos se acalmaram e, após um curto tempo, ela se afastou levemente, dizendo: "O que mais me tranquiliza nisso tudo é o fato de que eu ainda tenho você ao meu lado." Ela observou o rosto dele com ternura e disse: "E você n?o tirou essa barba que eu pedi para você tirar, seu teimoso." Victor percebeu a tentativa dela de tranquilizar a situa??o, mesmo que só um pouco, e abriu um sorriso, dizendo: "Ela faz parte do meu charme. Foi por causa dela que eu consegui conquistar você." Samantha deu uma leve risada.

  Samantha: "Vamos, já arrumei a mala e peguei tudo que estava faltando."

  Eles caminharam até a porta com um guarda-chuva e deram uma última olhada na casa antes de fechá-la.

  Três horas depois...

  A figura que se aproximava de Victor naquele beco parecia fazer o espa?o diminuir a cada passo dado. A silhueta se revelou para Victor e, antes que ele pudesse reagir, sua garganta foi cortada. Ele caiu no ch?o junto de sua esposa, sua vis?o manchada de sangue conseguiu ver apenas aquela figura se aproximando e sua vis?o se apagou após ter o cora??o perfurado por uma adaga.

  Naquela mesma noite, em uma casa distante, duas crian?as compartilhavam o mesmo quarto, envoltas no silêncio da noite e no leve brilho da lamparina que iluminava o ambiente.

  Zoe: (quebrando o silêncio) "Estou com medo, Léo."

  Léo: "N?o se preocupe, Zoe. Logo, logo eles v?o voltar. N?o deve demorar muito."

  Zoe se levantou da cama rapidamente e come?ou a bater com o travesseiro no rosto de Léo sem parar.

  Zoe: "N?o tente bancar o calmo! Nossos pais n?o iriam embora assim t?o de repente!"

  Léo agarrou o travesseiro e o puxou das m?os dela, revidando as batidas ao jogar o travesseiro na cara dela enquanto dizia: "Você n?o é a única que está preocupada aqui. Eu também estou." Zoe arremessou o travesseiro de volta, acertando em cheio o rosto de Léo.

  Zoe: "Ent?o por que você n?o está fazendo nada?!"

  Léo pegou o travesseiro e come?ou a bater nela. Ela fez o mesmo, pegando outro travesseiro próximo, e assim iniciaram uma guerra de travesseiros.

  Léo: "Você sabe muito bem das regras da família: 'n?o se intrometer no trabalho do papai e da mam?e'. Foi essa a regra que eles nos disseram para obedecer."

  Zoe: "E você vai realmente seguir essa regra estúpida!?"

  Os travesseiros come?aram a soltar muitas penas pelo quarto inteiro, e passos foram ouvidos cada vez mais próximos do quarto deles. Eles imediatamente pararam de discutir e voltaram para suas posi??es de antes na cama.

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  A porta se abriu e um homem alto e forte ficou à entrada, olhando para as crian?as, que fingiam estar dormindo. Ele segurava um machado de lenhador na m?o e disse: "Eu sei muito bem que vocês n?o est?o dormindo. Só um surdo n?o conseguiria ouvir vocês discutindo." As crian?as pararam de fingir, e Léo respondeu: "Desculpa, tio Roger. é que a Zoe n?o consegue ficar quieta." Zoe rapidamente afundou o rosto de Léo entre os len?óis e retrucou: "N?o é verdade! Eu só estou preocupada com o papai e a mam?e, diferente desse insensível que n?o demonstra nenhum tipo de preocupa??o por eles."

  Léo: "Você é surda por acaso? Eu já disse que estou preocupado sim! Só que, diferente de você, eu estou obedecendo e confiando que eles v?o voltar para casa."

  Zoe: "Seu chato insensível!"

  Léo: "Você que é chata!"

  Roger bateu com a ponta do machado no ch?o, fazendo um som pesado e alto. Ele suspirou e disse: "Parem de brigar, vocês dois." Rapidamente, os irm?os se calaram e ambos disseram: "Desculpa, tio Roger."

  Roger: "Se n?o conseguem dormir, me sigam até a sala e vejam se conseguem se acalmar um pouco."

  Eles acompanharam Roger até o primeiro andar da casa e seguiram até a sala, que tinha um sofá e uma poltrona de frente para uma lareira apagada. Roger se sentou na poltrona e disse: "Léo, acenda a lareira, por favor." Léo foi até a lenha, colocou algumas na lareira e ficou alguns segundos ali até acender o fogo. Zoe quebrou o breve silêncio.

  Zoe: "Nossos pais falaram alguma coisa para você antes de irem, tio Roger?"

  Roger se acomodou melhor na poltrona e disse: "Isso n?o é algo com que vocês devem se preocupar agora. Apenas sejam crian?as e fa?am algo para se divertir."

  Léo conseguiu acender a lareira e se sentou em frente a ela, dizendo: "Mas n?o tem nada que a gente possa fazer aqui, e está muito tarde para irmos lá fora." Roger observou pela janela as árvores ao fundo, que escondiam levemente a lua atrás delas, e respondeu: "é verdade. Ent?o vou ler um livro para vocês. Zoe, vá até aquela estante e pegue o primeiro livro." Zoe obedeceu à ordem do tio e pegou o livro, mas antes de entregá-lo, observou a capa e o nome do livro. A capa mostrava um cervo descansando ao lado de um esqueleto humano, e o título era "O Sentido Dada à Jornada." Zoe entregou o livro e Roger abriu na primeira página.

  Roger: "Sentem-se. Vou contar uma história, uma pequena reflex?o sobre a vida para vocês."

  Os dois irm?os se sentaram de costas para a lareira, esperando que ele come?asse a contar a história.

  Roger: "Em uma floresta iluminada pela luz da lua, um cervo com a pata dianteira sangrando descansava ao lado de um esqueleto apoiado em uma árvore. O esqueleto virou o cranio para o cervo e perguntou, curioso: 'Como você chegou a essa situa??o?' E o cervo respondeu: 'Fui arranhado pelas garras de um le?o. N?o me resta muito tempo.' O esqueleto perguntou: 'Está doendo?' O cervo respondeu: 'N?o, n?o está, mas sinto minhas for?as se esvaindo aos poucos.'

  Esqueleto: 'Que sorte. Minha morte foi bem dolorosa. Fui emboscado por cavaleiros rivais enquanto dormia e acabei do jeito que estou.'

  Cervo: 'Sorte? N?o tem nada de sorte nisso.'

  Esqueleto: 'Ent?o você preferiria ter uma morte dolorosa?'

  Cervo: 'Suas escolhas levaram você a ter uma morte assim.'

  Esqueleto: 'Eu morri protegendo muitas famílias, ent?o n?o acho justo você ter uma morte indolor e eu n?o.'

  Cervo: 'Você protegeu muitas famílias, mas destruiu muitas outras por território. Estou nesta situa??o por tentar proteger meu filho, mas ele foi devorado pelo le?o e agora estou morrendo em v?o. No entanto, n?o me arrependo.'

  Esqueleto: 'é... falando assim, n?o somos t?o diferentes. Eu morri para proteger meu reino, e no final nós perdemos e o reino foi tomado pelos inimigos.'

  Cervo: 'Ent?o você morreu fracassando em sua única tarefa de proteger seus iguais. Por isso você teve uma morte dolorosa.'

  Esqueleto: 'Ué? Mas você também fracassou em salvar seu filho.'

  'O cervo ent?o come?ou a fechar os olhos lentamente e, dando seus últimos suspiros, respondeu: 'Sim, você está certo, mas eu n?o matei outros cervos para isso.' Ele deu seu último suspiro e ent?o o esqueleto se desintegrou em pó, voando ao vento e se juntando ao ch?o. O cervo ent?o abriu os olhos, lambeu a pata dianteira, removendo o sangue e revelando que ali n?o havia nenhum machucado. Ele se levantou e caminhou para longe da árvore, dizendo: 'Descanse bem, cavaleiro.'

  Fim."

  Roger: "O que acharam?"

  Léo respondeu: "Meio confusa", enquanto Zoe bocejava e respondia: "é bem diferente das histórias que a mam?e conta para mim." Roger riu levemente e disse: "é, talvez os livros que eu tenha n?o sirvam para crian?as, haha. Mas este é especial. Foi o primeiro livro que eu li para o pai de vocês quando ele tinha a idade que vocês têm agora."

  Léo: "O papai falou para a gente que você era um irm?o muito mau com ele."

  Zoe: (abrindo um sorriso) "Verdade. Ele disse que o senhor contava histórias de terror para ele, e ele n?o conseguia dormir por causa disso, haha."

  Roger: "Hahaha, é verdade. Antes do Victor se tornar o homem que é agora, ele era bastante medroso na infancia. Isso me traz boas lembran?as."

  A sala ficou em silêncio por alguns segundos, mas logo o silêncio foi interrompido por Roger dizendo: "Est?o mais calmos?" Os irm?os afirmaram com a cabe?a e ent?o Roger se declarou da poltrona, dizendo: "Bom, ent?o v?o para o quarto de vocês e descansem. Os pais de vocês devem chegar em breve. N?o se preocupem." Os irm?os se levantaram e foram em dire??o às escadas, com Zoe dizendo: "Obrigada por ler a história, tio Roger. Boa noite." Léo também agradeceu, dizendo: "Obrigado por tudo, tio Roger. Você é o melhor tio do mundo." Roger deu uma risada e respondeu a Léo: "Você só está dizendo isso para n?o levar uma bronca de mim, n?o é?" Léo correu em dire??o ao quarto, rindo junto com sua irm?, e a porta se fechou.

  Roger passou um tempo observando a lareira e uma lembran?a passou por sua mente. Ele foi até uma gaveta e pegou dois colares, com um formato circular de cor preta e um círculo amarelo no centro, lembrando muito a pupila de um olho humano. Roger se lembrou da promessa feita a Victor: "Caso isso acontece, entregue esses colares para eles." Roger pegou os colares e foi até o seu próprio quarto, deixando a porta levemente aberta para ter uma vis?o do lado de fora. Ele se aconchegou na cama, guardando os colares debaixo do travesseiro, e com vontade de descansar. A casa se encheu de um silêncio completo, e as crian?as pegaram no sono em poucos minutos.

  [no mesmo beco onde a vida de Victor foi tirada]

  duas figuras estavam de pé em frente a dois cadáveres, um homem alto usando um manto negro levemente aberto dando vis?o para um tipo de roupa preta de couro refor?ada junto a cal?as e botas de couro da mesma cor do manto, ao lado dele havia uma mulher um pouco menor que ele, ela usava um manto verde levemente escuro, ambos os bra?os e pernas estavam cobertos por faixas negras. mas além da roupa algo mais se destacava neles, a mulher estava cobrindo o rosto com um cranio de cabra, deixando apenas seus olhos verdes esmeraldas visíveis, é o outro ao lado dela tinha chifres de cervo na cabe?a.

  O homem alto se agachou para pegar uma alegria caída no ch?o e disse: "Alguma coisa aconteceu aqui." A mulher se mudou por trás dele e respondeu com um tom ir?nico: "N?o me diga, Payner. Sério que você acha que algo aconteceu aqui? Achei que eles estavam apenas tirando uma soneca." Payner se clamou, largando a alegria de volta no ch?o, e batida para fora do beco. "Ir?nica como sempre, n?o é, évora? Vamos logo terminar o que viemos fazer aqui. Você sabe o que tem que fazer, n?o é?"

  évora abriu um sorriso sutil e disse: "Claro que eu sei. N?o é como se fosse a primeira vez, e você sabe disso." Ambas as figuras caminharam calmamente até a saída do beco, como se a situa??o n?o as abaasse nem um pouco. Eles adentraram a escurid?o da rua mais próxima e desapareceram completamente, deixando para trás apenas uma leve névoa fria que se espalhava pelo local.

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