Como podemos dizer que n?o tocamos a alma de alguém, mesmo quando nos pensamos invisíveis?
Eu estava entretido na moto, arrumando o carburador sobre a bancada, quando ela apareceu. Ela veio depressa com a máquina de fotografar e tirou uma foto minha, especificamente do short curto e rasgado que eu usava. Ela riu, e ent?o levantou a camera e tirou algumas do meu peito.
- Vai ficar legal – ela disse, se retirando t?o rapidamente quanto viera.
Eu fiquei parado, vendo ela ir-se, a surpresa em mim.
Quando ela me chamou para o almo?o a encontrei sorridente, cantando enquanto se servia.
Ela passou por mim e se sentou à mesa, toda cheirosa e fresca.
- Nossa, adoro esse seu cheirinho – elogiei.
- E eu o seu, Noah...
- Curiosidade 2... – falei, sentando-me à mesa, um sorriso sacana rompendo em meu rosto.
- Solta – ela riu.
- As fotos que tirou de mim...
- O que tem?
- Fiquei pensando... Que roupas você acha que ficam bem em mim, Ema? Isso é, se alguma ficar, né?
- Hum... Continua humilde – ela riu, apoiando o garfo no pratinho, como se estivesse avaliando um inventário. – Foi porque tirei foto de você de short, n?o foi?
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- Foi sim...
- Pois é, acho que você fica muito sensual com esse short.
- Mas, ele está bem arruinado. Todo furado...
- Bruto, macho, gostoso – ela falou.
- Bom saber, bom saber. Armas aos inimigos – falei engrossando a voz e tornando-a meio rouca. – Agora você irá sofrer torturas inomináveis – ri ante a amea?a.
- N?o, senhor. Por favor! Seja bondoso comigo! – ela gemeu entre sorrisos.
- Pensarei em seu caso, donzela. Mas, falando sério, Ema, fora esse short...
- Bem, quer saber o que te deixa sensual, ao menos para mim, como algumas pe?as que uso que te deixam bem... h?... diferente? – perguntou, o rostinho com ares bem safadinho.
- Sim, isso – concordei.
- Bem, tem aquela cal?a preta que você usa quando vai trabalhar; aquele jeans da Hering; aquela slim fit e aquela da John John, aquela de corte normal e toda rasgada. E tem esse short velho que usa que, uau, é demais; e aquele outro que você usa quando vai treinar. Demais! Isso sem contar que você fica demais quando usa sua roupa para treinar Aikid?. Nossa... Isso sem contar as suas cuecas, né? Aí o negócio fica demais...
- Ora, quais das minhas cuecas? – ri divertido.
- Todas devem ficar muito bem, e algumas vi que ficam – falou. – Mas, aquelas do tipo sunga s?o incríveis. Gosto das boxers, aquelas mais ajustadas ao seu corpo. Adoro... Bem, falando assim, vi que gosto de todas elas – riu. – Bem, melhor mudarmos de assunto, porque esse assunto está me deixando excitada – riu.
- Ent?o n?o vou parar. Quero você muito excitada. N?o sou só eu que devo ser torturado por aqui.
Ela ent?o me olhou, e notei uma tristeza em seus olhos, um peso que eu n?o gostava de ver neles.
- Você se engana, Noah. Eu gostaria de ser mais... mais leve. Sabe, n?o sabe?
Eu respirei fundo, e lentamente adiantei minha m?o e tomei a sua, com imenso carinho.
Ela levantou os olhos para os meus. Havia um carinho ali, uma suavidade e uma dorzinha que me tocou fundo.
- Você é linda demais, Ema, e sua alminha é incrível. Adoro dividir meus dias com você. Obrigado.
- E eu com você, meu bem – falou, nós dois esquecidos do almo?o que esfriava nos pratos. – E vamos fazer o seguinte, aproveitando que você está emotivamente excitado – deu um risinho: - enquanto você lava todas as vasilhas e pratos, eu vou fazer uma bela pizza para nós, o que acha?
- Combinado – aceitei feliz, me levantando em tomando minha posi??o na pia.