Solu?os... sugest?es... risadas. Mistura desconcertante, diante da plataforma que sustentava o lindo caix?o de cristal. A mulher naquele esconderijo de mortalidade exalava uma beleza estonteante. Todos, amigos e inimigos concordaram que era lamentável a morte ter ceifado t?o cedo e t?o deslumbrante.
Caos... dor... alegria...
Para uns ela era amiga, para outros patrona, para a maioria inimiga. Mas em uma minoria ela era amada. Mesmo entre a minoria, o sentimento de dor e de ruptura eram desconcertantes.
Mas ninguém sentiu mais, sofreu mais, odiou mais e amou mais que Khaled. Suas lágrimas mancharam silenciosamente seu manto cinza escuro. Suas m?os tremiam, mas nenhuma palavra foi dita. Nenhum gemido foi solto, nenhum juramento ou adeus foi pronunciado.
Ele ainda lembrava das últimas palavras daquelas que dera cor a sua existência. A última frase de Ayla ecoava em sua memória como uma senten?a. "Viva Khaled... Viva pra mim...".
Ironia... piada sem gra?a... aquela conhecida como mestre da vida, a maga que matava ou curava exércitos inteiros com um simples gesto, morta por uma lamina inimiga envenenada. Sim... Era uma piada de muito mau gosto. Mas ele faria todos pagarem. Os afetados diretamente... os indiretos... todos pagariam.
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Com uma m?o firme, mas suave, Khaled em um derradeiro ato de despedida fecha os olhos de sua amada. Sua m?o esquerda conjura um portal com um gesto de seu indicador. A luz das estrelas pontilhavam o céu escuro do outro lado da fenda espacial.
A fenda se move, engolindo vagarosamente o caix?o. O portal ondula com o contato e aos poucos o caix?o de cristal desaparece em meio a escurid?o do vazio estrelado.
Khaled n?o tem ideia de quanto tempo passou fazendo o caix?o se afastar. Quando n?o havia mais nada, além do vazio celeste, o portal implodiu desaparecendo. Em seguida olhando para uma multid?o de pessoas à sua volta, ele respirava fundo e fechava os olhos.
Ao abri-los novamente, uma resolu??o inabalável estava lá, olhando para todos. O que ocorreria ninguém fazia a menor ideia. Mas uma coisa era certa... O mestre do espa?o faria jorrar um rio de sangue na guerra, talvez pondo finalmente um fim na luta exaustiva.
Com um passo lento, ele abriu um novo portal e sumiu através dele. Em seu cora??o além das chamas do ódio e vingan?a, as palavras de sua esposa ecoavam... "Viva Khaled... Viva pra mim...".
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