Kay pousou sobre a muralha, onde os soldados o aguardavam com express?es tensas. Assim que seus pés tocaram o ch?o, o mini-ghoul voou para a dire??o de Ravena, cumprindo sua ordem silenciosa.
— Acabou? — perguntou Thais, quase sem acreditar.
— Sim. Um Monarca está morto. — respondeu Kay, sua voz carregada de certeza.
— Você... consegue nos entender agora? — Thais insistiu, estreitando os olhos.
Kay sorriu, passando a m?o pela nuca.
— Sim. Parece que recuperei o conhecimento do idioma humano novamente. Só preciso dormir um pouco, e acredito que outras partes da minha memória também voltar?o.
— Tudo bem, mas... antes disso, vai lavar essa boca! Ainda tem sangue. — disse Mira, franzindo o nariz.
Kay virou-se para ela, um sorriso genuíno se formando em seu rosto.
— Mira. — Ele disse seu nome com ternura, como se fosse algo precioso.
— E escove os dentes também! — acrescentou ela, balan?ando a cabe?a.
— Farei isso, mas antes... — Kay deu um passo à frente, aproximando-se dela.
— O que foi? Nem pense em se aproximar com essa boca suja! — Mira levantou a m?o em um gesto de aviso, mas n?o foi o suficiente para afastá-lo.
Kay a envolveu em um abra?o firme, transmitindo um calor estranho que percorreu o corpo dela.
— Isso é... — Mira come?ou, mas sua voz falhou.
— Você ainda vai se lembrar... — disse Kay, com um tom enigmático. — Mas agora eu sei o que aconteceu naquele dia.
Mira sentiu o peito apertar.
— Entendi. — Ela hesitou por um instante antes de perguntar: — Ent?o foi aquele coelho que...
— Sim. — Kay a interrompeu, rindo baixinho. — Foi aquele coelho que me transformou. Parece que o ghoul estava desesperado o suficiente para usar o coelho como hospedeiro. Ainda bem que você saiu correndo naquela vez.
— Você está bem? — perguntou Mira, preocupada, segurando o rosto dele com as m?os.
— Sim. Quero ver nosso filho... mas antes, preciso dormir um pouco para absorver o que resta da energia. — respondeu Kay, fechando os olhos brevemente.
Mira assentiu, mas logo estreitou os olhos.
— Tudo bem, mas você vai usar uma máscara. N?o quero que você assuste os civis na base.
Kay riu suavemente antes de virar-se para Lena.
— Lena, sei que você n?o vai querer me perdoar, mas... pe?o desculpas pelo que fiz.
Lena cruzou os bra?os, o olhar firme.
— Eu deveria estar furiosa, mas... também sei que você n?o sabia o que estava fazendo. Eu te perdoo, Kay. Vou dizer às famílias que foi um ghoul que os matou. Bem-vindo de volta.
— Obrigado. — Kay abaixou a cabe?a brevemente em sinal de respeito. — Onde posso dormir?
— No instituto. — disse Aiko.
— Na base! — respondeu Emilia, ao mesmo tempo.
Mira suspirou e interveio:
— Dorme no instituto. E, quando acordar, venha para a base. Vamos estar te esperando lá.
— Tá. — Kay deu de ombros, mas logo acrescentou com um sorriso: — Aliás, os dois n?o v?o conseguir comer tudo. Dá para fazer alguns trajes com o que sobrar lá.
— Nós cuidamos disso. — garantiu Aiko.
Kay segurou a Aiko e manifestou suas asas e partiu em dire??o ao instituto, desaparecendo no horizonte levando ela.
— Quantos corpos vamos obter? — exclamou Mira, ansiosa, olhando para o horizonte.
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— Eu acho que nenhum! — respondeu Kratos, cruzando os bra?os com um suspiro pesado.
— Mas... n?o era um exército? — questionou Mira, incrédula, arqueando as sobrancelhas.
— Era. Mas aí aconteceu de tudo: uma chuva ácida, raios que provavelmente também eram ácidos, um buraco gigantesco que depois se encheu com essa chuva e o veneno de um general. Foi uma verdadeira loucura! — explicou Lena, balan?ando a cabe?a como quem ainda tentava processar o que viu.
— Se conseguirmos o corpo do Monarca, isso já vale mais do que o exército inteiro! — disse Joana, tentando aliviar o peso da situa??o.
— Isso se o mini-ghoul e a Ravena n?o comerem tudo antes! — resmungou Mira, revirando os olhos.
De repente, uma voz familiar interrompeu:
— N?o se preocupe, n?o comemos tudo! — disse Ravena, surgindo ao lado do mini-ghoul, ambos com passos tranquilos.
Mira olhou para ela e depois para a barriga da garota, desconfiada.
— Sobrou o quê? Só ossos? — provocou, estreitando os olhos.
Ravena riu, levantando as m?os em rendi??o.
— Eu ainda sou uma garota, sabe? Fico cheia rápido!
O mini-ghoul riu também, e depois complementou:
— Ficamos satisfeitos de acordo com o nível do ghoul. Como era um Monarca, comemos bem pouco dele. Só o suficiente para nos fortalecer.
Mira suspirou aliviada, mas manteve o tom autoritário:
— Lavel, leve o corpo do Monarca para o instituto. O restante de nós vai voltar para a base.
O pessoal e o mini-ghoul manifestaram suas asas.
— Vamos logo. Quanto mais cedo voltarmos, melhor. — disse Mira, encarando Ravena, que permanecia parada no lugar, pensativa.
— Mas agora eu sou... — murmurou Ravena, hesitante.
— Líder do quinto esquadr?o e uma general de um monarca. Vamos voltar, e eu preciso de uma carona até a base! — interrompeu Mira, estendendo a m?o com um sorriso confiante.
Ravena sorriu de volta, pegou Mira no colo com firmeza, e as duas al?aram voo.
Ao chegarem à base, o pátio estava lotado de humanos, todos aguardando ansiosos.
— Tá tudo bem mesmo? — exclamou Ravena, pousando suavemente.
— O Kay estava morto... Ent?o vai ser difícil explicar para o pessoal. Mas com você indo na frente, fica mais fácil fazer eles entenderem! — explicou Mira.
— Entendi! — respondeu Ravena, pousando no centro do pátio, enquanto os olhares se voltavam para ela.
As pessoas estavam inquietas, murmurando umas com as outras.
— Bem-vindos de volta! — disse Rem, sorrindo aliviada.
— Eles sabem pouco ainda, mas Lavel já informou sobre a morte do monarca. — completou o ex-capit?o, aproximando-se.
— Que tal vir pegar meu netinho? — provocou Rem, rindo levemente ao ver o bebê nos bra?os de Mira.
— Ei, Ravena, você já pode me descer! — disse Mira, corando de vergonha.
— Desculpa! — respondeu Ravena, colocando-a no ch?o com cuidado.
De repente, uma voz emocionada ecoou no pátio:
— Filha? O que... Por que seu olho está assim? — era a m?e de Ravena, aproximando-se apressada.
Ravena hesitou por um momento, respirou fundo e respondeu:
— M?e... Como posso dizer... Eu morri. Mas aí meu namorado apareceu, e agora estou viva de novo. Só que me tornei um ghoul, virei general dele... E agora estou aqui, viva e forte!
— Pera aí, Ravena. Você... morreu? Eu falei para n?o morrer, n?o falei?! — exclamou sua m?e, indignada.
— Mas m?e, eu t? viva! — tentou argumentar Ravena.
— Você morreu antes e agora voltou como ghoul. Quer matar sua m?e do cora??o?! — gritou ela, mais aliviada do que irritada.
— Desculpa... — murmurou Ravena, abaixando a cabe?a.
— Que bom que está viva! E esse namorado que você falou... é o mesmo que tinha morrido? — perguntou sua m?e, ainda processando tudo.
— Parece que ele n?o estava morto. é difícil explicar, mas é ele mesmo. — disse Ravena, co?ando a cabe?a.
— Como assim "n?o estava morto"? Vocês enterraram ele. Nós vimos isso de perto! — retrucou a m?e, incrédula.
— Ent?o, mas ele n?o estava morto. é complicado... Ele é um monarca. — explicou Ravena.
O pátio inteiro ficou em silêncio por um instante.
— Ravena! — chamaram os soldados, quebrando a tens?o.
Ravena virou-se para encará-los e notou as express?es confusas e assustadas.
— O que foi? O mini-ghoul e os outros sabem falar. Eles podem dizer que já foram humanos! — afirmou ela.
— Isso é verdade? — perguntou Rem, cautelosa.
— Ghouls devoram humanos para transformar outros em ghoul. Dizer que já fomos humanos está correto, mas... tecnicamente, nunca fomos humanos de verdade. Apenas criados a partir deles. — explicou o mini-ghoul, com sua voz serena.
— Eles já nascem como ghouls, mas usaram humanos como base. Ent?o dizer que nasceram humanos é errado tecnicamente, mas próximo da verdade. — disse Fernanda, analisando a situa??o.
— N?o tá ajudando! — resmungou Mira, balan?ando a cabe?a enquanto segurava seu filho.
O pai de Ravena deu um passo à frente, confuso:
— Ent?o, só para entender: você é uma general ghoul que foi revivida pelo seu namorado... o Alpha Zero, que agora é um monarca?
— Acho que n?o era pra ter dito isso... — murmurou o primo de Ravena.
— Aquele Alpha Zero? Espera... Ele n?o tinha perdido para o monarca e morrido? — exclamou um civil, perplexo.
Uma voz familiar veio do canto:
— Quem tá morto? — perguntou Kay, levantando-se tranquilamente.
Todos se voltaram para ele.
— Que faixa é essa nos seus olhos? — perguntou Mira, intrigada.
— Estou fazendo cosplay do Satoru Gojo. Gostou? — brincou Kay, com um sorriso provocador.
— Tira isso e vem se apresentar! — ordenou Mira, impaciente.
Kay tirou a faixa, revelando seus olhos afiados, e caminhou até o centro.
— Que roupas s?o essas? — perguntou Mira novamente, desconfiada.
— A Aiko conseguiu emprestado de um cientista do instituto. Tomei um banho e vim direto para cá! — explicou Kay, casualmente.
— N?o ia dormir? — perguntou Mira, franzindo o cenho.
— Dormi por alguns segundos, mas podemos deixar isso para depois? — disse ele, desviando o assunto.
— Se apresente logo! — insistiu Mira.
Kay deu um passo à frente, endireitou a postura e falou com firmeza:
— Meu nome é Kay. Sou marido da Mira e, para alguns de vocês, também conhecido como Alpha Zero, o ex-líder do quinto esquadr?o. Sempre me vi como humano, mas n?o fazia ideia de que era um ghoul desde a infancia. Isso aconteceu quando, sem saber, comi um ghoul que estava dentro do corpo de um coelho. Naquele dia, quase morri... Mas sobrevivi.
Ele fez uma pausa, olhando diretamente para a multid?o.
— Hoje estou aqui na frente de vocês para dizer que sou um monarca. Este país agora está sob meu cuidado. Este é meu território, e garanto que vocês n?o precisar?o mais ter filhos contra suas vontades. Vamos recuperar o que um dia foi dos humanos. Este país agora nos pertence, e juntos podemos restaurá-lo à sua antiga glória.
Ele ergueu a voz, com um brilho feroz nos olhos:
— Sou o monarca de vocês, ent?o n?o tenham mais medo! Todos os ghouls neste país foram eliminados. Vocês est?o livres!
— Podemos voltar para casa? — perguntou uma civil, com lágrimas nos olhos.
— Sim. Vocês n?o sofrer?o mais com a amea?a de ghouls. — respondeu Kay, com um sorriso.
O pátio irrompeu em aplausos e lágrimas, enquanto a esperan?a renascia nos cora??es de todos.
— Eles aceitaram bem fácil! — disse Mira, com um sorriso no rosto.
— Por que a surpresa? O mini ghoul já vive aqui com vocês! — respondeu Kay, segurando a pequena m?o de seu filho, que estava no colo de Mira.
— Quer segurar? — perguntou Mira, animada.
— Ele é t?o pequeno... Eu posso acabar machucando ele! — disse Kay, hesitante.
— Isso é só no come?o! Ele já está bem fortinho! — insistiu Mira, entregando o bebê para Kay.
— Eu acho melhor n?o... — respondeu Kay, preocupado, mas era tarde demais.
— Ele já está nos seus bra?os. — Mira sorriu, satisfeita.
— Que inveja! E eu aqui achando que ele ia chorar com você também! — brincou Rem, observando a cena.
De repente, memórias inundaram a mente de Kay, como uma tempestade de emo??es e lembran?as.
— é você, Rem?! — Kay perguntou, surpreso.
— Quem mais seria? — respondeu Rem, com um sorriso largo.
— Essa é...? — Kay olhou curioso para a menina ao lado de Rem.
— Alice! Minha filha... e sua cunhada! — explicou Rem, cheio de orgulho.
— Nosso filho tem uma amiguinha! Que bom! — Kay comentou, sorrindo enquanto olhava para a pequena Alice.
A alegria de Kay era t?o evidente que todos ao redor podiam sentir o calor daquela felicidade.
"Por que... meu cora??o está acelerando assim?" — pensou Mira, confusa e surpresa com o que sentia.
De repente, Kay mudou de express?o. Sua determina??o ficou evidente.
— Eu tenho que fazer algo antes. Segura o nosso filho! — disse ele, entregando o bebê de volta para Mira.
— Yuta. O nome dele é Yuta. — disse Mira, segurando o bebê com carinho.
"Yuta... meu filho!" — pensou Kay, enquanto a realidade ainda parecia um sonho para ele.
Kay segurou as pequenas m?os de Yuta e Alice, e ent?o se levantou.
— O que você vai fazer? — perguntou Mira, alarmada.
— Entregar o trono para a verdadeira rainha. — respondeu Kay, firme.