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Prólogo - Despedida

  As portas da masmorra se fecharam com um estrondo, selando o destino dos ca?adores de monstros. Os gritos de desespero ecoavam pela sala do chefe, enquanto o sangue da guilda escorria lentamente pelas frestas do piso frio e gasto.

  O Cavaleiro da Luz — um monstro temido em todo o mundo — executava cada um com um único golpe de espada. Nenhum deles teve chance.

  A diferen?a de poder era grotesca. Tanto o cavaleiro quanto seu cavalo pareciam feitos de sombras solidificadas, com um tamanho ao menos cinco vezes maior que o de qualquer humano. Os ataques do grupo n?o foram sequer capazes de arranhar sua armadura negra como o vazio.

  Entre os sobreviventes, Yaso, um renomado suporte, arrastava-se pelo ch?o, sem as pernas, coberto de feridas. Com o pouco de for?a que restava, tentou alcan?ar Mika, a quem amava profundamente. Passou pelos corpos de seus amigos, já frios e sem vida, até finalmente conseguir tocar a m?o dela. E, por um instante, sorriu.

  Ela ainda estava viva.

  Mesmo com a respira??o ofegante e o pulm?o perfurado, Mika retribuiu o gesto com um olhar trêmulo. Lágrimas de tristeza escorriam pelo rosto dela, misturando-se ao sangue no ch?o.

  [Habilidade vital desbloqueada: The Guardian]

  Uma súbita sensa??o de paz invadiu o cora??o de Yaso, como se um sopro angelical o alcan?asse nos últimos momentos.

  [A habilidade vital "The Guardian" só poderá ser utilizada em outro ser, desconsiderando monstros e criaturas ofensivas. Teletransporta o receptor da magia para um local distante de perigos, curando-o completamente.]

  — Viva por mim, Mika...

  Essas foram suas últimas palavras.

  Yaso morreu ainda segurando sua m?o.

  Logo a magia foi ativada.

  Um portal roxo se abriu no alto da sala, rasgando o ar com trov?es. Raios cortaram o céu e atingiram em cheio a cabe?a do Cavaleiro da Luz, que cambaleou brevemente.

  Um livro resplandecente surgiu. Suas páginas se voltavam sozinhas, revelando cenas da vida de Mika, até que restou apenas uma linha em branco ao final. Uma pena flutuante surgiu em sua m?o. Mika, com o pouco de consciência que ainda lhe restava, escreveu seu nome... e o de Yaso.

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  O livro se fechou.

  A pena desfez-se em pó luminoso, e Mika perdeu a consciência antes de ver toda a sala ao seu redor desaparecer.

  Este foi o sufocante fim de suas vidas — ou apenas a passagem para algo novo.

  Assim, a habilidade de Yaso permitiu que vivessem mais uma vez, porém em outro mundo...

  Um mundo regido por deuses. Magia abundante, prote??o divina, seguran?a... uma sociedade que acredita viver em plenitude.

  Mas essa perfei??o n?o existe.

  O verdadeiro mundo é um parque de divers?es para os deuses. Muitos deles desejam apenas assistir à dor e ao sofrimento humano como forma de entretenimento. Escolhem pessoas maculadas, marcadas por traumas ou desespero, para serem seus corpos e vozes na Terra.

  Ainda assim, há exce??es.

  Alguns deuses defendem a humanidade. Mas s?o minoria.

  A divis?o entre eles gerou duas for?as: os Governantes — que controlam o mundo político, militar e espiritual — e o Bem Absoluto, que acreditam na prote??o e reden??o da humanidade.

  Os deuses n?o querem, necessariamente, destruir o mundo. O que desejam é algo mais cruel: guerra, dor, domínio.

  Assim, distribuíram seus poderes aos maculados, para que estes lutassem entre si em busca de influência e controle.

  "Aquele que governar o mundo, se tornará um deus."

  N?o existe um rei que domine toda a terra, mas há um trono acima de todos os outros. Ele pertence a Timio Strass, sentado no cora??o da capital Amartia, ponto de convergência dos reis das sete por??es do planeta.

  Amartia, situada na por??o de Kefá, é considerada a terra mais segura do mundo. Os deuses a protegem de invas?es externas... mas n?o podem protegê-la de si mesmos.

  O verdadeiro problema deste mundo n?o é a violência.

  S?o os deuses — vestidos em trajes de luxo, com sorrisos falsos e cora??es vazios que ocupam cargo político.

  Por séculos, os Governantes manipularam a política e a história. Mas uma guerra estourou, sangrenta e cruel, contra os Fragmentos do Bem Absoluto. Esses chegaram a dominar as sete por??es, mas o poder corrompeu seus reis... um por um.

  E havia mais.

  Uma deusa neutra, uma das raríssimas que n?o se aliavam nem ao Bem nem aos Governantes, foi aprisionada. Seus poderes, selados. A acusa??o: conspira??o contra o pante?o.

  Ela ficou presa por duzentos e trinta e sete anos.

  Até ser finalmente libertada.

  Este é o início da história do Maculado de um deus neutro — aquele que n?o serve nem ao Bem, nem ao Mal.

  Aquele que será inimigo de ambos.

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